segunda-feira, 30 de julho de 2007

Silverchair de volta ao cenário musical.

A banda mais aclamada da Austrália está de volta – após um hiato de cinco anos – com o seu novo CD Young Modern, lançado no mês de março naquele país e com lançamento no continente americano previsto para o segundo semestre deste ano. O novo trabalho possui a grande responsabilidade de ter surgido depois do êxito do belíssimo Diorama, lançado em 2002, e que rendeu à banda a mais brilhante turnê de sua história, com meteórica passagem, inclusive, pelo Brasil.

O enorme sucesso do grupo se deve a Daniel Johns, vocalista, guitarrista e letrista, que está para o Silverchair assim como o saudoso Renato Russo para a Legião Urbana, no Brasil – ou seja, ele vale por 90% da banda. Genial e criativo, o vocalista de apenas 28 anos começou no Silverchair aos dezesseis, juntamente com os colegas Chris Joannou (baixo) e Ben Gillies (bateria). O disco de estréia chamava-se Frogstomp (1995), cujo carro-chefe era a canção Tomorrow. Na seqüência, veio o álbum Freak show (1997), que apresentava os sucessos Freak e Cemetery. No entanto, o ápice da banda deu-se com o lançamento do CD Neon Ballroom (1999), que trazia uma enxurrada de boas canções, como o mega-sucesso Miss you love, responsável pela projeção mundial do trio. São desse disco Emotion sickness (cujo clipe trazia imagens fortes e pungentes, chegando a ficar semanas no topo dos mais vistos da MTV), Anthem for the year 2000 e Ana’s song (que fazia menção à anorexia, doença da qual o cantor foi acometido nessa época. Ouça o trocadilho dos versos “Ana wrecks your life/ Like an anorexia life”). É desse período a tendência do Silverchair de incluir belos arranjos de cordas nas músicas, e que viria a se consolidar no trabalho seguinte, Diorama, que apresentava regências grandiloqüentes para canções como Across the night, World upon your shoulders, Tuna in the brine e Luv your life (música mais bonita do disco). Os clipes de Without you e The greatest view também fizeram bastante sucesso. A música que encerrava o CD era a mesma que abria os shows da turnê: After all these years, que pode também ser entendida como “after all diseases”, pois retrata o período saudável de Daniel Johns, o qual – além da anorexia – sofrera de asma e de um tipo raro de artrite que o deixara prostrado durante meses numa cadeira de rodas. É dessa época também a união do músico com a cantora australiana Natalie Imbruglia.

Após a turnê de Diorama, deu-se o longo período de descanso da banda, em que os integrantes dedicaram-se a projetos paralelos: Daniel Johns compôs várias novas canções e formou, juntamente com o tecladista Paul Mac, a banda The Dissociatives, que trouxe alguns elementos de música eletrônica, aliados ao rock alternativo – influência também percebida no mais recente disco do Silverchair. O baterista Ben Gillies, por outro lado, formou a banda Tambalane, em parceria com o vocalista Wesley Carr.

Em 2006, Daniel, que antes havia insinuado um possível fim do grupo, resolve se contradizer – para alegria de todos – e acaba retomando os trabalhos junto à banda, compondo e produzindo o mais novo fruto, Young modern, que mostra um Silverchair versátil, capaz de se renovar e de modificar a sonoridade a cada trabalho, sem, no entanto, perder a sua essência grunge, às vezes pop, outrora alternativa, e até meio indie rock. O álbum – mais longo que os anteriores – foi gerado num clima de grande expectativa dos fãs e contém 13 faixas meticulosamente produzidas ao longo de mais de dez meses. O primeiro single e clipe, Straight lines, já é sucesso no país de origem da banda e em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos. A faixa comprova que Daniel Johns – com seu belo timbre agudo que vai da doçura à acidez – está cantando cada vez melhor. Reflections of a sound é a segunda música de trabalho, da qual também foi produzido um clipe. O ápice do disco é o medley Those thieving birds (Part 1) – Strange behaviour – Those thieving birds (Part 2), que remete ao álbum anterior no que diz respeito à inclusão de requintados arranjos de cordas, dando um ar clássico às canções. All across the world – música de encerramento do disco, dotada de arranjos eletrônicos e totalmente distinta de tudo que a banda já fez – em nada lembra a sonoridade do Silverchair dos primórdios e apresenta nítida influência do trabalho de Johns no The Dissociatives, seu projeto alternativo, que trouxe o sucesso Forever and a day. Destaque ainda para as faixas Young Modern Station e If you keep loosing sleep. Enfim, Young modern distancia-se enormemente de Frogstomp e Freak show (os dois primeiros álbuns), não traz um mega-sucesso em potencial como Miss you love, do CD Neon Ballroom (maior êxito do grupo) e tampouco carrega a beleza única de Diorama (o incrível disco anterior). No entanto, o mérito do novo CD é denotar o talento e a sensibilidade de Daniel Johns como músico-criador e mostrar que o Silverchair ainda é capaz de mostrar um trabalho interessante e de boa qualidade, embora tenha exagerado um pouco a dosagem das mudanças.


Young Modern
Silverchair
Lançamento: março de 2007 (Austrália)
Gênero: rock
Gravadora: Virgin

3 comentários:

Diego Moretto disse...

Sem dúvida alguma, o silverchair é uma das mais importantes bandas do mundo. A genialidade precoce do Johns faz de sua música, de seus shows, de seus clipes um espetáculo de qualidade. A cada disco crescendo até chegar no fantastio Diorama (o álbum q mais escuto...), que traz a melhor musica do mundo, Acroos the Night.
Young Modern não tem realmente o brilhantismo do Diorama, mas mesmo assim é um estupendo álbum. Realmente, a épica e mágica Those... é a melhor do álbum, que traz ótimas outras músicas. Bom, não vou falar muito pois na época do lançamento do cd na Australia eu fiz minha crítica, então da uma vasculhada no meu blog e ve oq acha.

A sua por sinal, ficou muito boa, parabens!!! Abs e realmetne, silverchair é foda demais!

Unknown disse...

silver é otimo, espero que a melancolia juvenil tenha amadurecido e o som esteja renovado

Anônimo disse...

Silverchair sempre lançando trabalhos maravilhosos!